Morreu hoje Dalila Cabrita Mateus, historiadora, autora de uma vastíssima obra sobre a guerra colonial, investigadora do Grupo de História Global do Trabalho, que coordeno, do Instituto de História Contemporânea da UNL. É para todos nós uma notícia muito triste e uma perda para a historiografia portuguesa. Todos temos defeitos, alguns insuportáveis, e qualidades, algumas tão agradáveis, mas ninguém é interessante se não tem coragem. E a coragem não está nos que dão murros na mesa, nos que são desagradavelmente frontais ou dissimulados, nos que levantam a voz e cerram os olhos. A coragem é outra coisa, é a medida da nossa relação com o poder, ou seja, com aqueles que hoje – e não só no passado – têm mais poder do que nós, dos grupos políticos às simpatias académicas, ao Estado, o mais perigoso dos poderes porque justamente é o mais poderoso. A Dalila era uma historiadora corajosa…
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