Sobre ecomuseus e museus comunitários VI

Os ecomuseus em Portugal

Em Portugal a ideia de Ecomuseu chega pela mão de Huges de Varine, à época conselheiro cultural da embaixada francesa em Lisboa.

  • Em 1979, surge a ideia de criar um ecomuseu na Serra da Estrela. Uma ideia de integração da cultura, associada á instalação do Parque Natural, criado em 1976). A ideia no entanto não vingou
  • Em 1982 , instalação do Ecomuseu do Seixal. Participação da Câmara Municipal, de António Nabais e Graça Filipe.
  • 1985 – Criação do Museu Etnográfico de Monte Redondo

O ecomuseu foi uma figura que depois de desenvolve em algumas localidade, com maior ou menor extensão de participação das comunidade e de integração no território. Alguns ecomuseus: Barroso, Zezere, Lousã, Rio Maior.

Dois casos relevantes: Museu da Comunidade da Batalha, Museu de Mértola.

sobre ecomuseus de museus comunitários V

A ecomuseologia fracassou?

Nos anos noventa, perante a crise e decadência de muitos dos ecomuseus de referencia, discutiu-se a questão dos resultados desta nova museologia como produtora de “desenvolvimento”. Era então evidente um certo esgotamento de muitas destas expriências renovadoras na europa e no Canadá. Contudo, noutros lugares, como por exemplo no México e mas tarde no Brasil a museologia comunitária e os processos de participação das comunidades am ações de preservação e reconstrução das suas memórias, patrimónios e heranças florescia.

Na altura conclui-se a relevância para estes processos museológicos dos processos de gestão, das vontades políticas e da capacidade de agenciamento dos profissionais e a necessidade de qualificação desses profissionais.

Em paralelo, verificou-se igualmente que em muitos lugares se constituíram ecomuseus, que embora com uma preocupação de conhecer um território e ainda que nem sempre tivessem uma procupação de desenvolver a participação da comunidade, todos se articulavam na ideia do “desenvolvimento”. Deste modo, pode-se concluir que a ideia de ”desenvolvimento” de constitui como função da museologia.[1]

Grosso modo consideram-se hoje três tipos de museus.

  • O museu tradicional, com base nas colecções
  • O museu espectáculo, que procede essencialmente à celebração de narrativas, destinadas ao turismo ou a outros públicos
  • Os museus das comunidades, centrado na participação e na construção de novas narrativas.

[1] Ver Pereira, Pedro Cardoso (2010). O património perante o desenvolvimento. Lisboa, tese de doutoramento em museologia.

Sobre ecomuseus e museus comunitarios IV

Momentos de emergência da Nova Museologia

  • 1958 – Conferência do ICOM no Rio de Janeiro – realça a função educativa dos museus
  • 1972 – Mesa Redonda de Santiago do Chile. Museus da América do Sul estabelecem a educação como função social dos museus
  • 1984 –
    • Declaração Declaração de Oaxtepec, sobre a participação da Comunidade.
    • Enconto de Ecomuseus no Quebéc. Reconhece a necessidade de trabalhar uma nova museologia.
  • 1985 – Declaração de Lisboa sobre a “nova Museologia”
  • 1992 – Declaração da UNESCO em Caracas- «A Missão do Museu na América latina hoje: novos desafios.»,
  • 2013 – “Por uma museologia do Afeto” Declaração do MINOM, Rui de Janeiro.
  • 2015 – Declaração da UNESCO sobre “Museus e colecções, a sua diversidade e função social”

Sobre ecomuseus e museus comunitários III

Lugares dos ecomuseus

Os diferentes modelos dos ecomuseus vão expandir-se por todo o mundo. Partindo do norte da Europa, desenvolvem-se em França. Expandem-se para o Canadá, para os Estados Unidos para o México e para o Brasil. Na Europa para Itália e Portugal.

As formas dos ecomuseus e museus de comunidade

Os ecomuseus e museus de comunidade podem apresentar-se de múltiplas formas, nomes e designações.

  • Ecomuseus – a partir de Hugues de Varine
  • Integral – a partir da proposta de Varine em 85
  • museus de vizinhança, a partir das experiencias nos EUU
  • museu de território
  • museu local ou polinucleado em Portugal

dependendo das tradições de cada país.

Para efeito de análise considera-se as seguintes características:

  • Nova museologia deve relevar.
    • Território – integra a relações com o ambiente e as sus múltiplas escalas de interacção
    • Comunidade – dever partir de processos participatórios e questionar as questões da regulação social (poder)
    • Objetos- assume a pluralidade dos objetos, das memória e das heranças. Os objetos são transições que ajudam ao conhecimento.
    • Os processos museológicos desenvolvem-se em cenários, que podem constitui-se como organizações (museus, centros culturais, colecções) ou em atos performativos 8em escolas, no espaço público
  • A museologia tradicional centra-se
    • No edifício do museu
    • Nas colecções
    • Nos visitantes