A Identidade Luso-Africana da Primeira Comunidade Escrava em Manhattan

Pinkster em Nova Iorque: A Identidade Luso-Africana da Primeira Comunidade Escrava em Manhattan

Comentador: Catarina Martins (CES)

Resumo

É pouco sabido que os primeiros escravos em Manhattan, na altura em que ainda fazia parte da colonia holandesa chamada Novos Países Baixos (1614-1664), tinham quase todos nomes portugueses. Chamavam-se António, João, Madalena, Maria, Isabel, etc., e provinham quase todos da África Central (Congo, Angola). Esta presentação trata da influência da cultura portuguesa e da religião católica na África Central nos séculos XVI e XVII e da transferência de certos elementos luso-africanos para a América do Norte em consequência da interferência holandesa no tráfico transatlântico de escravos. A tese desta apresentação é que a primeira geração de escravos em Manhattan introduziu certos costumes luso-africanos na América do Norte que acabaram por influenciar a cultura afro-americana. O exemplo escolhido para ilustrar esta tese é Pinkster, um festival anualmente celebrado pelos escravos de Nova Iorque na altura de Pentecostes até meados de século XIX.

Nota biográfica

Jeroen Dewulf é diretor do Instituto de Estudos Europeus na University of California, Berkeley, e professor associado no Departamento de Estudos Alemães e Holandeses. Formou-se em Estudos Holandeses, Alemães e Portugueses na Universidade de Gent, na Bélgica, fez mestrado na Universidade do Porto, e obteve doutorado na Universidade de Berna, na Suíça. Desde 2007, é professor em Berkeley. Para a sua pesquisa sobre a comunidade escrava na colonia holandesa em Manhattan recebeu o Richard O. Collins Award in African Studies (2012) e o Hendricks Award in New Netherland Studies (2014).

Esta atividade realiza-se no âmbito do projeto de investigação exploratório “Aspirações Urbanas“, do Núcleo de Estudos sobre Cidades, Culturas, e Arquitetura (CCArq), e do Núcleo de Estudos sobre Humanidades, Migrações, e Estudos para a Paz (NHUMEP), em colaboração como o International Berkeley Club em Portugal.

Voltámos Todos – Memórias duma Companhia de Comandos em Moçambique

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Por um daqueles acasos que ocorrem quando as conversas são cruzadas, num encontro com a nossa colega Ana Mercedes Stoffel a propósito da Ilha de Moçambique, acabou por me ser oferecido este livro, editado em 2013 pelos seus autores, Helena Silva e Paulo Kellerman, com o Título “Voltámos Todo – Memórias duma Companhia de Comandos em Moçambique, entre 1971-1973).

Livro de memórias, reúne testemunhos de gente tão diferentes de Rodrigo de Moura, José Loureiro, José Barbosa, Francisco Van Uden, Luíz Avillez, Rui Stoffel e Humberto Carapeta, que nos anos de juventude, por opção e dever, se juntaram numa companhia de comandos, que viveram e fizerem um guerra tremenda e regressaram, todos, para contar as suas experiências na primeira pessoa. Contaram-nas anos depois, já homens vividos, com outras experiências já vividas. Trata-se duma narrativa amadurecida.

Veio isto a propósito da Ilha de Moçambique, que aí é referida. A Ilha onde se fazia a pausa dos horrores. Relatos tensos sobre as formas de escapar ao quotidiano.

O Algarve na Época Moderna

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De Joaquim Romero de Magalhães foi publicado em 2012 pela  Imprensa da Universidade de Coimbra/Universidade do Algarve, este livro com 392 páginas que reúne  vários estudos que o autor efetuou ao longo da sua carreira académica. foi um livro em torno do qual passamos parte das férias de verão.

Ainda nos anos da universidade lembro-me da leitura do seu Algarve Económico, algarve económicoa sua tese de licenciatura, publicada na coleção Marcha de Humanidade, da coleção cosmos, que dirigiu juntamente com Vitorino Magalhães Godinho.  Uma coleção que tratamos noutro lugar. (Mercadores de Letras, 2009)

No livro o Algarve na época moderna, complemente a leitura do Algarve Económico e dá resposta à questão sobre como é que a economia regional (do antigo reino do Algarve) evolui após o período de relativa pujanla do século XVI. Depois de nele se ter centrado o trato africano, prolongando a sua tradição mediterrânea,  o Algarve evolui para uma periferia portuguesa e andaluza.

Como é que a sua ligação a Lisboa e muitas vezes ao trato ilegal com as Índias e ao comercio com o Norte da Europa, através das frutas e com o Mediterrâneo ocidental pela exportação de atum, e com Marrocos por dele partir toda a logistíca de sustentação da rede de fortificações da costa marroquina e Mauritânia, que lhe davam uma posição relevante na economia portuguesa, o conduzem à uma relativa decadência a posição periférica.

Como é que um Algarve no século XVI com uma rede urbana dinâmica, que se defende contra o corso, vê chegar ao fim  essa época brilhante. Como é que esta rede prede vitalidade, como é que a demografia regride, que efeitos teve a saga inquisitorial na aniquilação dos mercadores .

Procurar responder ao processo de cristalização duma economia pujante, e como é que a sociedade se ruraliza, até aos tempos liberais, ainda que possa parecer uma preocupação muito datada pela historiografia (veja-se a questão da decadência do mundo antigo, de M. I. Finley e Ferdinand Lot ) não deixa de assumir na atualidade alguma relevância.

Uma Algarve Moderno que chega decadente às reformas do Marques de Pombal e às inovações  D. Francisco Gomes do Avelar (1789-1817).